"Mas e o amor, você sabe o que é o amor?
o amor é aquilo que te faz abraçar ironia, é o que te faz sorrir mesmo ao saber que só você não basta.
é o que tranforma estupidez numa forma justa de se julgar, é o que te embriaga os olhos e não te deixa enchergar. enchergar o quanto és burra ao pensar como se dois fosse um e um fosse par."
Anita refletia isso enquanto ouvia Zebra Zebra no seu celular. Havia dias que tinha tido sua primeira noite, numa festa filha da puta, maldita hora em que havia aceitado o convite de um colega da faculdade, aonde estava vestida de verão, e Adonis a embriagar, tinha achado ele um rapaz muito interessante, por mais que suas conversas não fizesse muito sentido a ela, depois de algumas cervejas e vodkas ele havia oferecido um pedaço de papel, colocou na lingua dela, e mandou ela tomar com cerveja, finalizando com seu primeiro beijo com ele, sentiu um misto de amargo da cerveja, com um gosto forte de cigarro da boca do outro, enquanto o pedaço estranho de papel se desmanchava. dentro de minutos depois um mundo havia se aberto, um mundo aonde tudo era disforme e muito colorido, Anita achava isso muito estranho e ao mesmo tempo prazeroso, o fato de não conseguir se recordar do real, só sentia calores, frios, prazeres antes nunca experimentados. Ao mesmo tempo não havia como cuidar de sua fragilidade, sua feminilidade, tudo o que ela havia guardado, seu dom mais precioso, no qual ela esperava dividir com seu príncipe encantado no seu equino branco. Tudo flui, tudo flui, tudo fluiu. Fluidos vermelhos escorrem de suas pernas quando ela se dá por si em baixo de um chuveiro gelado num banheiro fétido de um apartamento caindo aos pedaços do centro.
Havia se passado dias ao sair do choque. Tudo que ela havia guardado, tudo que se baseava seus fundamentos, jogados num ralo após uma noite que ela nem se recorda. Um súbito sentimento de rancor, ódio, raiva de Adônis crescia em Anita, como ele pôde fazer isso comigo? Sem ao menos pedir, me conquistar, sem ao menos meus pais o conhecerem? Ele nem deve lembrar meu nome! Como pude ser tão profana meu Deus? Nem após três aves marias e 10 pais nossos resolveram seu sentimento de culpa. de perda, de paz.
Depois de se achar recuperada, começou a procurar por Adônis, afinal se estiveram numa mesma festa, impossível nunca mais o encontrar, um sentimento que ela não compreendia estava crescendo em seu peito, suas preces noturnas não eram pra retirar esse sentimento dela, mas sim de compreender o que se passa.
Mas ela sabe que sua vida continua, nada para, e o dia em que reencontrar Adônis, irá fazer de tudo para o conquistar. Pelo menos assim é oq anseia. Enquanto isso, se contenta a terminar de ler Amanhecer. Amanhecer era o que ela queria, nos braços...