sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

23:23

Sanduba de Copa, sanduba de Bacon. Três garrafas de Serra Malte, sal e dois maços de cigarros numa esquina dum buteco qualquer da paulista.

Adônis estava receoso, mal tinha o dinheiro pra voltar pra casa, mas estava lá. Não apenas isso, era o primeiro encontro oficial de uma nova expectativa, uma nova esperança. Duas almas estavam ao seu redor, mas não eram apenas duas almas, eram corpos, histórias, anedotas e risadas, e como essas risadas curavam as feridas de Adônis.

Quatro horas que pareceram quatro minutos, tanto ainda a saber, tantas risadas a dar, quanta sinceridade, quanto carinho! Quanta cumplicidade e simplicidade, uma sensação que nenhum chá, nenhuma cocaína ou nenhum benflogin causa, Adônis chega quase a achar que tudo aquilo era uma peça que o destino lhe causara, mas já passei por tanta merda, já sofri tanto que mereço sentir tudo isso, sem medo. Olhadas de soslaio no celular, a infeliz hora da volta havia chegado. Chuva.

Três corpos dividindo o mesmo guarda-chuva, 23:23 informava o relógio ao atravessar a faixa de pedestres, adônis sente que não eram mais três corpos, como se evoluíssem para uma única alma, e como isso é confortante, excitante... Chegada a hora de entrarmos no subsolo, não quero ter q fechar o guarda-chuva e assim voltarmos a ser três corpos. Poucas palavras foram necessárias para expressar o sentimento mútuo, desceram as escadas em união, como uma brincadeira de escola, quando se tem 10 anos.

Estação Paraíso, hora da despedida, o primeiro beijo dado da noite em quem já se tinha um sentimento guardado, seguido do primeiro beijo de despedida na boca do segundo. A vida tá me pregando uma peça, logo na estação Paraíso?

R.sigma aos ouvidos, quando se achar necessário deixar a pose de lado.


quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

*me despir de tudo que acredito
*pra acreditar em algo q eu sinto

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

O lado bom em se ter uma samambaia.


-Já não tenho mais nenhuma responsabilidade com você! Ouço minha mãe ao sair do apartamento, trancando a porta da saleta. Como se eu precisasse... Olho para o lado, fecho um dos olhos pra visão ficar acentuada. 20:00 p.m.

Me espreguiço, levanto, ando em direção da varanda pra aliviar os joelhos na minha velha samambaia, amiga das horas mais preguiçosas... Por quê existe essa maldita dificuldade em mijar de pau duro?

Volto ao breu do meu quarto, certificando-me de que fechei a varanda. Sento, acendo um cigarro enquanto ligo a guitarra, pego meu celular, configuro para deixar meu número restrito. Ao terminar de apertar o botão um da discagem rápida, ouvir dois toques, ouço a voz que tanto me acalentou. ligo no viva-voz e começo a dedilhar na minha guita, enquanto canto...

But I don't wanna play any theatre for you,
I don't wanna stage a single piece for you

Oh, you,
you keep me warm
You, you keep me warm
All your cigarettes and cup of coffee
It keeps me warm...

Desligo sem dar a chance de ouvir qualquer reação. Vou pro banho que a noite é uma virgem, e eu quero me perder nela mais uma vez. Ao passar pelo corredor do banheiro, vejo a cicatriz da minha cara cortada... Vamos Adônis, Gabriel passa aqui as 21!

[Corte minha cara, dilacere, mas não foda com meu coração, ele já está gasto, quase em desuso, coitado. Mas com alguns ajustes, aguenta você e todos os nossos furações.]







quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Sobre Trunfos.

Bom.
Quero escrever. Desabafar.
Estive revendo meu primeiro Fotolog, poutz. Fracasso, amigos deixados pra tráz, looks, músicas (foi nostálgico lembrar de Heaven Help Us do MCR). Estou numa pequena depressão, não quero comentar, na verdade eu não quero comentar sobre nada, quero escrever, escrever futilidades, escrever uma receita de bolo, escrever um artigo esportivo, só pra distrair-me. Mas R.Sigma toca nos meus ouvidos plena 6h. Me faz lembrar. Lembrar que fui insensível, tolo. Preciso, quero paciência, brandura, afinal, nem pra todos funciona levar um tapa na cara pra acordar. Aprendi isso hoje, pra certas pessoas aprender certas coisas (que pra mim sejam facéis) é mais difícil que ensinar uma criança a andar. Aprendi que tenho que ajudar a criança, segurar na mão, dar carinho, sorrir sinceramente e aplaudir seus esforços, não fazer como foi feito comigo, aos trancos e barrancos.
O importante é aprender.

O importante é ensinar também.

O importante é sobreviver, ter calma, pensar bem antes de dar o próximo passo.
Não sei se quero dar este passo.